sábado, 2 de agosto de 2008

Bate na janela. Por favor. (ou No Embalo)

(...noite afora, quase amanhecendo)

E aquele debate num acabava mais
De dois bêbados, um patrão
o outro capataz
Sentiram uma pedrada na janela,
Os dois pensaram calados e espantados;
"-Quem sabe não é ela?"

Porém continuaram o debate,
de certo era alguma beata do padre
ou algum velho resmungão
Que num aproveita a vida,
Nem pra apreciá escondido
uma briga fresca sem ficá ofendido.

Na janela pedra bateu novamente
de uma delicadeza aparente
Que só podia ser uma dama

Daí que a briga se acirrou
"-É a dama!"
Os dois tinham certeza,
mas ignoraram mais uma vez,
doidos de esperança que ela tivesse ouvindo,
e de certo que ela ficaria excitada
com o ganhador dessa luta acirrada, na cama.

Dois bobos eram, porque motivo pra briga num tinha
E na verdade era o vento que a janela sacudia
Eles queriam mesmo era a fantasia
De quem se deixa levar pelo embalo de uma boa companhia.

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