sábado, 16 de fevereiro de 2008

A Cura

Descasca esta nuvem, revela teu credo
Sente meu pulso, meu olho aqui perto
Deixa na minha boca teu fluxo insaciável
Tenta curar essa minha fome incurável.

Desce moldando cada detalhe
Esquece a vergonha, não pense em nada
Não temos culpa, não vamos escolher
Agora é tarde, escuro e quente.

Me unha, me morde, me bate
Me assanha, despreza e reage
Mergulha meu corpo em ti, em Marte
Rasga meu peito, escreve teu nome.

Perigo, piedade, emoção
Delírio, vaidade, competir sem saber...

Dois fardos pesados, perdidos, fundidos
Até eu te perder pra você.