terça-feira, 5 de agosto de 2008

sábado, 2 de agosto de 2008

Tragédia

E a nossa existência é quase que um mito
Como ver um cigano na beira da estrada,
A gente num sabe se alhegra, ou se fica com medo
Mesmo eles sentados, rendidos e com a lona esticada

Será que eles olham pra gente igual?
Ou olham como se estivéssemos olhando prum marginal?
Por fim. Quem mata mais?
Quem vê e acusa? ou quem acusa porque nunca viu?

Dirão: o que foi Dito?

Nestas pedras em que hoje eu piso
De outros homens e animais já foi cenário
Ce hoje aqui habita estes tijolos
Que tentam sufocar os fantasmas que por aqui passaram
E aqui deixaram seu ar sair pelo corpo
Esse ar ainda quente, seu aroma ainda sinto.

Não precisa temer sua presença
Quem sabe não precisam de ajuda assim como eu?
Como você. Como nós. no final, quem é quem?
Quem decide num sou eu.
Quem decide num é ele.

Hoje não os vejo mais aqui.
Mas num é por isso que num vou pagar meu tributo!

Aqui choraram, aqui riram.
Aqui plantaram, aqui morreram.
Como um dia pra este lugar morrerei
Mas antes disso deixarei
O ar do meu pulmão sair em forma de poesia

Quem sabe um dia bem longe no futuro num lembrarão deste poema?
e Quem sabe num sou eu quem está é agora desmaracutano este dilema!?

Bate na janela. Por favor. (ou No Embalo)

(...noite afora, quase amanhecendo)

E aquele debate num acabava mais
De dois bêbados, um patrão
o outro capataz
Sentiram uma pedrada na janela,
Os dois pensaram calados e espantados;
"-Quem sabe não é ela?"

Porém continuaram o debate,
de certo era alguma beata do padre
ou algum velho resmungão
Que num aproveita a vida,
Nem pra apreciá escondido
uma briga fresca sem ficá ofendido.

Na janela pedra bateu novamente
de uma delicadeza aparente
Que só podia ser uma dama

Daí que a briga se acirrou
"-É a dama!"
Os dois tinham certeza,
mas ignoraram mais uma vez,
doidos de esperança que ela tivesse ouvindo,
e de certo que ela ficaria excitada
com o ganhador dessa luta acirrada, na cama.

Dois bobos eram, porque motivo pra briga num tinha
E na verdade era o vento que a janela sacudia
Eles queriam mesmo era a fantasia
De quem se deixa levar pelo embalo de uma boa companhia.

Pra que?

Castiguei, castiguei mesmo,
Castiguei porque mereceu,
senão eu num tava com essa sensação de satisfação
que brota de dentro de mim.

Volta e meia quando um chôro atinge meu ouvido
Nem sequer chocado fico...

...De tanto ouvir pranto
Meu ouvido se apredrô
De tanto rezá pra santo
Meu juelho se quebrô
De tanto me paralisar por espanto
Nem susto mais eu te dou

Que é na verdade isso que tu sente falta
De me atrevê a te deixar com medo
Da minha garantia de fidelidade
De te fazê olhar pra mim até com piedade

Como quem pega um pássaro caído do ninho
E cuida, pra soltar, e chega o dia;
Que o pássaro descobre que tem asas
e se pergunta...; pra que se atrevê a voltar?

Prego

E num precisa de nenhuma explicação
porque explicar é o mesmo que dar sermão
Só dá exemplo aquele que viu a cagada,
Mas quem fez a cagada num faz igual
num faz não, sabe porque?
porque ninguém ta afim de ouví prego dando semão.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Só o pó.

E esse risco na tua bata,
Parece o percevejo da mulata,
que brinca no carnaval
e chega no final da avenida
um torrão lumiado de água e sal
exausto que 'só o pó'
..., só o que restou da coitada.

Ela num tem a peraltice,
nem o egoísmo
de quem ta aí só pra aparecê
E muito menos a humildade
de quem só sabe se escondê

Mas na verdade ela vem anunciá
o estanque de tristeza
de um povo que tá cansado
de nunca sê homenagiado
na tela de uma tv.

Deixei pra traz... mas ainda carrego.

Se machucado eu ficar, a ferida num hei de tratá
Vai ficá cicatriz pra sempre, de quem um dia bobiô com a semente
Que um dia nóis dois plantô, e uma rosa desabrochô
Distraído pus-me a sentar, estendido teu caminho beijar
Enfeitei de mansidão, rabisquei meu rosto com as lágrimas de um destino
Meu olho trancado nesse coração, que só abre com a chave dessa prisão
Que eu tranquei e joguei fora quando você partiu com a chegada da aurora.