domingo, 4 de janeiro de 2009

Mentira!

Pretexto!
- Pra que?
Pra te dizer que te amo!
- Mas porque me ama?
Não sei, na verdade eu nem quero pensar nisso! Faça alguma coisa!
- O que você faria agora?
Depende de como você reagiria. Poderia ficar chateada.
- E o que você faria pra eu não ficar chateada?
Não sei, o pior de tudo é a forma de te dizer tudo isso.
- Dizer tudo o que?
Então. Não sei explicar, eu sinto isso, é forte, mas não sei te falar, você não sente?
- Acho que sei do que tá falando. Mas será que tá falando sério mesmo?
Nunca falei tão sério.
- Não sei, acho que você está mentindo.
Não iria mentir pra você! Te amo!
- Então tá, me ama mesmo?
Amo!
- Me joga esta pedra!
Não!
- Porque?
Porque é muito grande, vai te machucar e mesmo que eu jogasse não jogaria com força, não! não faria nem o gesto, nem por brincadeira.
- Mas eu estou te pedindo, não me ama mesmo?
Amo, por isso que não jogo!
- Não, você não joga porque tem medo de eu desconfiar que não me ama, por isso quer resistir.
Também!
- Tá vendo, eu sabia que não me amava!
Ué, porque?
- Porque você mentiu pra mim!
Não menti! Tem várias razões para eu não lhe jogar uma pedra agora!
- Quais?
Eu quero te abraçar como nunca abracei ninguém antes, sentir neste instante o tempo parar. Quero isto mais que tudo, mais do que te jogar esta pedra.
- Porque não faz?
Porque nós ficamos falando.
- Tá bom, vamos parar de falar então?
Não, eu quero algo mais especial, sei lá, algo mais do uma cena de cinema, não quero te beijar agora.
- Como assim?
Você é a mulher da minha vida, não é mais uma!
- Eu já entendi, não precisa de drama, me abraça.
Mas eu quero que isto seja muito especial.
- Esta situação toda já não é especial o bastante?
Toma estas flores.
- Quais flores?
Não, você não vai vê-las, assim como meu amor. Mas acredite nelas, por favor!
- Tá.

(Naquele momento ela pegou as flores imaginárias e acreditou que elas existiam, colocou elas em um vaso e as regou, até hoje. A pedra? Esqueceram dela. Na verdade nunca mais viram outras.)

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